Poderá a bicicleta ser a chave para encurtar a distância entre Marvila e a restante cidade?

Apesar da sua história, relevância cultural, dimensão geográfica e excelente localização (colada ao centro de Lisboa), Marvila tem sido, geralmente, considerada uma região “periférica” da cidade. Esta constatação pode ser feita com base em alguns factos, diretamente relacionados com questões de mobilidade:

– O fluxo de transportes públicos em algumas zonas (tidas como “problemáticas”) da freguesia é reduzido, dificultando o acesso dos seus habitantes à restante cidade, e por outro lado, a criação de negócios, potencialmente, relevantes para um público-alvo à escala do município;

– A forma como as vias de acesso a Marvila foram executadas não privilegiam a utilização de meios de transporte alternativos (como a bicicleta). As ciclovias que estão planeadas e anunciadas no site da Câmara Municipal de Lisboa para a freguesia são uma boa notícia no sentido de resolver este problema. No entanto, acreditamos que a população deveria ter sido auscultada na fase prévia ao planeamento, de modo a que as soluções encontradas fossem ao encontro das necessidades da população;

– A rede partilhada de bicicletas de Lisboa (GIRA) não se encontra disponível em Marvila, algo que dificulta o aumento da utilização deste meio de transporte no território. A realidade financeira de uma boa parte das pessoas que habitam a freguesia não lhes permite a aquisição de uma bicicleta, como tal, o acesso a esta rede poderia resolver esse problema. Para tentar colmatar esta lacuna, a Gingada terá uma rede de bicicletas própria a funcionar a partir de Marvila, com empréstimos gratuitos para toda a população interessada em pedalar pela cidade.

Voltando ao início, a pergunta que colocamos nasce, não só da necessidade ambiental de repensarmos os nossos hábitos de mobilidade enquanto sociedade, mas também do modo como este território tem sido percepcionado, ao longo dos anos. Poderá, a bicicleta, ser o meio de transporte que suprime a necessidade que os habitantes de Marvila sentem de recorrer ao carro, atualmente?

Será que, através do planeamento e da construção de ciclovias que “comuniquem” com a rede de transportes públicos, conseguimos dar condições à população para que se utilize, cada vez mais, a bicicleta, em detrimento de outros meios de transporte individuais que afetam, negativamente, a qualidade do ar que respiramos?

Dando recursos a quem habita e trabalha em Marvila, podemos contribuir para que a bicicleta se venha a tornar o veículo preferencial da população?

A Gingada vai descobrir as respostas para todas estas hipóteses, estabelecendo diálogo entre todos os envolvidos, através do nosso Diagnóstico Participativo.